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O jardim encantado

Navegos reproduz excelente crítica publicada em Deus me livro, uma das mais importantes publicações da Blogosfera portuguesa.

*Julia Martins 

 

Quando a família da Ema se muda do campo para a cidade, a Ema queria levar consigo o seu jardim. Na cidade tudo é diferente e, usualmente, as casas não têm espaço para esses espaços magníficos, onde o cheiro a macieiras, narcisos ou margaridas perfuma a vida e o chilrear dos pássaros – ou o esbelto voo das borboletas – enfeitiça os dias.

Um dia Ema percorre a cidade, passando por entre prédios, atravessando pontes, descobrindo um “parque cheio de pedrinhas pequeninas e de cadeiras vazias” e escutando o ruído da cidade, um fruir interrompido pelo bater de asas de um passarinho do campo. Ema “correu atrás dele a tempo de o ver desaparecer” e, neste corre-corre, descobriu um jardim que estava fechado. A Ema esperou, esperou, mas em vão, até que reparou “num pequeno rebento verde”. Regressou assim a casa com um pedacinho de jardim. Mas será que conseguiu o jardim que tanto desejava?

Um livro magnificamente ilustrado, onde o leitor poderá apreciar os detalhes e pormenores da nova vida da Ema. Os tons vibrantes de verdes, das guardas, indiciam um agradável passeio por um jardim florido. Uma ode às plantas e à natureza mas, também, ao ato de cuidar, à capacidade de adaptação e aos desafios da mudança. Delicado e belo, para ler e dar a ler.

“O Jardim” ( Fábula, 2021) da premiada ilustradora Anna Walker, foi nomeado para o Children’s Book Council of Australia Picture Book of the Year e Australian Design Association of Pictures, e vencedor do Wilderness Society Environment Award for Children’s Literature.

Capa da livro O jardim Encantado