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Montado em cavalo selado

Segundo maior eleitor de Natal nas eleições de 2016 para prefeito do município, o deputado Kelps Lima tem o perfil de um lutador, que cheio de esperanças saiu do Alecrim, um dos nossos bairros mais tradicionais para desafiar oligarcas bem instalados no poder há gerações. Ninguém há de negá-lo: é nome que foge do que está aí posto. E enquadra-se perfeitamente no perfil desejado. Aos 48 anos, advogado, conquistou 13,37% dos votos válidos, pelo partido Solidariedade. De origem humilde, nascido e criado no Alecrim, bairro de grande densidade demográfica que sedia o maior comércio popular da capital, conta com um grande capital eleitoral para derrotar o atual prefeito nas próximas eleições.

*Franklin Jorge

O deputado estadual Kelps Lima tem tudo para ser o mais forte candidato na sucessão do prefeito Álvaro Dias. Sem opção, o eleitor tende a afastar-se dos candidatos oligárquicos ou representantes de dinastias, segundo os sinais do tempo e a acachapante vitória do presidente Jair Bolsonaro sobre um esquema criminoso montado para durar. Além do mais, pode encarnar Kelps Lima pela maioria dos brasileiros que querem mudar maus costumes políticos. No último pleito, usando um celular, se comunicou bem e tornou-se o segundo maior eleitor de Natal, com 13, 37% dos votos válidos. Mostrou estar antenado com o poder das redes sociais, que formaram o exército de Bolsonaro, eleito presidente praticamente sem gastar um centavo, porque o povo fez sua campanha e o apoiou incondicionalmente em sua ânsia desmedida por mudanças. Na verdade, os tempos estão mudando e Kelps tem uma excelente percepção desse fenômeno que hoje faz a diferença. E certamente a fará num pleito que tem como principal eleitor um candidato que representa velhas oligarquias e que a despeito de tudo mantém um secretário de cultura que compactua com o crime, como apadrinhado e protegido por oligarcas famélicos de poder e de mando.

Um de seus grandes capitais de Kelps é a novidade e o desejo de dar a volta por cima de hábitos políticos arraigados que levaram a nossa terra ao caos e à miséria. A percepção, sobretudo, de que o mundo está mudando e há novos caminhos a serem trilhados.

Cidade pobre – paupérrima, diria – de lideranças sérias, nenhuma com perspectivas de futuro para o seu povo, o discurso de Kelps tornar-se-á especialmente convincente se, como o de Bolsonaro para eleger-se presidente, corroborar as expectativas dos natalenses, já cansados de tantas promessas e esquálidos resultados administrativos. Somente Carlos Eduardo poderia enfrenta-lo, porém não tem o perfil que o povo deseja e quer neste novo momento histórico que põe em relevo a força do chamado 5º Poder – o povo esclarecido, suas chances se reduziriam, por sua natural falta de empatia e incapacidade de cumprir promessas.

Essa eleição é uma prova de fogo. Creio que o povo vai olhar Kelps com novos outros olhos; há uma considerável possibilidade que isto ocorra, pois, a desconfiança do povo nos políticos oligárquicos e patrimonialistas, de que é exemplo cabal o atual prefeito de Natal, esperto e manipulador, perseguidor de professores e conhecido por sua política de “pão e circo”, além de escudar-se à sombra de famílias dinásticas e ao passado. Por isso, apesar de sua esperteza – é raposa num galinheiro – tem sofrido grandes abalos e descrédito ao investir em festas em vez de solucionar velhos problemas de uma cidade tradicionalmente sitiada por oligarcas famélicos.

Natal será seu trampolim para muitas outras vitórias. São percepções que o povo de Natal terá no decorrer de uma campanha que promete ser suja e acirrada. Kelps seria, sob todos os aspectos, um prefeito novo! Quero dizer, um prefeito novo e inovador. Não se inscreve no perfil de seus potenciais adversários. É, como o ex-senador Agenor Maria, um homem que surgiu do povo e tem compromissos com o povo. E correrá em faixa própria. Dizem-no bem assessorado em tudo, para ser prefeito e, por seu desempenho, no futuro, governador. Quando candidato a prefeito, em 2016, fez uma campanha barata, usando apenas um celular e as redes sociais, como Jair Bolsonaro. Não se elegeu, mas conquistou o segundo lugar contra candidatos milionários, entrando no celular de todo mundo.